Quando o assunto é investir ou poupar dinheiro, o brasileiro ainda demonstra muitos sinais de conservadorismo. De acordo com pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), realizada no primeiro semestre de 2015, a caderneta de poupança é o investimento favorito de 25% dos brasileiros que se planejam com foco na aposentadoria. Essa opção se deve, em grande parte, à falta de afinidade com uma cultura de educação financeira, à instabilidade financeira do País, que exige do brasileiro um tipo de opção mais segura e à tradição que a poupança possui.

Habitualmente, a caderneta de poupança possui baixos índices de rentabilidade. No início de 2005, a poupança rendia 0,74%; em outubro de 2015, mal se aproximou dos 0,7%, chegando a 0,69% no dia primeiro desse mês.

Mesmo em face de um rendimento tão baixo e de aplicações mais atrativas, a caderneta de poupança ainda representa um negócio simples e prático. Como a maioria da população possui poucos recursos e detém pouco conhecimento na área financeira, a poupança possui inúmeras vantagens, que incluem a não incidência de Imposto de Renda e de taxas administrativas, sendo, assim, um formato possível a praticamente todo e qualquer investidor. Se o investidor é essencialmente conservador, tem o impulso de investir em curto prazo, mas dispõe de poucos recursos e pretende manter seus hábitos de compra e consumo, a caderneta é, portanto, uma opção compreensível.

Além disso, fundos de renda fixa e até títulos públicos podem oferecer rendimentos menores em função dos prazos e das opções de quem investe. O ideal para optar por um ou outro formato de investimento é realizar um estudo cuidadoso e alguns cálculos.

Apesar de suas vantagens, a caderneta tem sofrido nos últimos tempos, muito em função das pressões políticas que afetam direta e indiretamente o mercado e a economia no Brasil. Dados do Banco Central registraram um novo recorde histórico de retiradas líquidas em setembro deste ano: correntistas coletaram R$ 5.293 bilhões a mais que depositaram no mês, pior captação líquida da história do período.

Vários fatores contribuem para o quadro atualmente negativo da caderneta de poupança. Entre eles, destacam-se as elevações observadas na taxa Selic e na inflação, além do aumento geral nos preços dos bens de consumo e do endividamento do consumidor, que fazem com que sobre menos dinheiro na conta.

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