Anunciada no ano passado, 2016, a reforma da Previdência, prevista para entrar em vigor em 2017, traz uma série de mudanças significativas na rotina dos trabalhadores que contribuem para o INSS. Uma das propostas, que fixa idade mínima de 65 anos para aposentadoria e um total de 49 anos de contribuição para a obtenção de 100% do benefício, reforça a necessidade do indivíduo continuar na ativa após todos os anos de contribuição.

No Brasil, 51,6% dos homens e 55,5% das mulheres continuam trabalhando após a aposentadoria, de acordo com a pesquisa realizada pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes e Lojistas). A principal justificativa apresentada por 46,9% dos brasileiros é a necessidade de complementar a renda, uma vez que a aposentadoria do governo não é suficiente para pagar as despesas.

Já 23,2% dos aposentados continuam na ativa para se manter ocupados, 18,7% desejam se sentir mais produtivos e 9,1% continuam a trabalhar para ajudar a família.

Entre os aposentados que continuam no mercado, 17% são profissionais autônomos. Outros 10% são trabalhadores informais ou fazem bicos, enquanto 2,1% são profissionais liberais. Os que são funcionários de empresas privadas somam 1,7%.

Dados como esse apontam a necessidade de mudanças na legislação brasileira e da cultura nacional, que prioriza a contratação de jovens em detrimento de profissionais mais velhos. No entanto, diversas empresas sérias e modernas estão apostando em profissionais mais experientes, conforme cita Daniela do Lago, especialista em comportamento no trabalho: “Profissionais mais velhos são geralmente mais comprometidos e levam mais a sério tarefas que gerações mais novas não têm paciência para fazer.”

De acordo com o artigo da revista The Economist (Age Invaders, 04/2014), “A Invasão dos Idosos”, nos países desenvolvidos as pessoas consideradas idosas estão trabalhando por muito tempo. Entre os americanos, a proporção de pessoas na terceira idade que permanecem ativas subiu de 13% no ano 2000 para 20% nos dias atuais. Entre a população da Alemanha, passou de 25% para 50%. São pessoas com idade a partir de 65 anos que continuam a trabalhar e que gostam do que fazem.

Empresas terão que se adaptar

Para que o trabalhador mais velho seja contratado ou se mantenha como peça relevante na empresa, seria importante a implementação de medidas de capacitação, como cursos sobre tecnologias, incentivos às empresas por parte do Ministério do Trabalho e uma mudança cultural, que valoriza mais o novo e menos a experiência.

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