A reforma na Previdência ainda não havia sido uma questão, mas os brasileiros já se mostravam mais atentos e dispostos a pensarem no futuro. As aplicações nos fundos de previdência complementar bateram recorde pelo segundo ano consecutivo, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), sendo registrada uma captação líquida 17,6% maior se comparada ao mesmo período de novembro do ano passado. A turbulência na economia fez com que mais resgates de fundos fossem realizados, porém o aumento da captação compensou as saídas. Com a chegada da discussão sobre a reforma na Previdência Social, é possível perceber uma tentativa de mudança da cultura que incentive a previdência privada, já que a reforma prevista para 2017 reforça a fragilidade do sistema. Desse modo, a previdência complementar passa a ocupar um posto de maior importância para quem deseja garantir uma aposentadoria além da que o governo tem planejado oferecer.

A idade média de quem investe em previdência no Brasil é de cerca de 50 anos, um comportamento que demonstra que a preocupação com a aposentadoria tem chegado tarde. Quanto antes forem feitas as aplicações, melhor será o acúmulo de patrimônio. Além disso, é importante pensar que cinco anos não é tempo suficiente para esse tipo de poupança. Os planos individuais muitas vezes são sacados com esse tempo e o dinheiro é utilizado para alguma compra impulsiva, por exemplo. A permanência ideal é acima de 10 anos, já que com esse prazo de acumulação os impostos são menores para realizar um saque e o rendimento obtido sobre o dinheiro aplicado é maior. Isso incentiva o objetivo principal de que é uma alternativa a longo prazo e que as pessoas devem economizar para um futuro mais distante.

Em 2015, o total de planos ativos no país somavam 13,6 milhões. Para uma população de cerca de 200 milhões de habitantes, esse número ainda é baixo. Ainda no mesmo ano foi divulgada uma pesquisa da FenaPrevi/Ispsos que mostrou que 78% dos brasileiros não conheciam a previdência privada. O sustento com a aposentadoria do INSS é um desafio para milhões de pessoas e a situação, que pode ficar mais complicada, é um dos pontos de partida para que a geração mais jovem comece a pensar em outros meios de garantir uma vida tranquila quando envelhecer.

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