A educação financeira é bastante discutida entre os adultos, mas ainda não encontrou um espaço definitivo na vida dos menores. Em novembro, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados discutiu o tema e sua possível implementação na grade escolar do Ensino Básico do Brasil, visando repassar desde cedo conhecimentos econômicos para as crianças e, a partir disso, criar adultos mais conscientes. O assunto ganha reforço pelo nível de endividamento do brasileiro: atualmente 39% das pessoas estão inadimplentes.

Para reverter esse quadro, o Ministério da Educação e a Associação Brasileira de Educadores Financeiros já demonstraram apoio a essa iniciativa depois de avaliarem os resultados obtidos com a introdução da educação financeira a alunos e seus familiares.

Algumas escolas brasileiras já falam sobre o assunto, mas é um trabalho transversal, desenvolvido individualmente pela instituição. As ações feitas ensinam a importância de planejar e estabelecer compromissos. A partir de pequenos atos é possível repassar os valores de hábitos financeiramente saudáveis, combater o consumismo e desenvolver uma cultura de prevenção e poupança. Dessa forma, as futuras gerações estariam mais competentes e preparadas para lidar com decisões financeiras. O assunto não trata exclusivamente de cálculos, mas da realidade individual e coletiva da vida.

O próprio Governo Federal já sinalizou a importância do tema, com a criação em 2010 da Estratégia Nacional de Educação Financeira e de material sobre o assunto direcionado aos estudantes de ensino médio e fundamental. O Programa Educação Financeira nas Escolas, coordenado pela AEF – Brasil, chegou a mais de três mil escolas públicas em 2015, levando livros com capítulos sobre empreendedorismo, blocos econômicos e temas básicos de orçamento. No momento, os livros estão disponíveis para download no site do Programa e qualquer pessoa pode acessá-lo. Porém, mais do que um conteúdo na internet, a educação financeira planejada pelo Programa quer estar em todas as salas de aula. Para isso, é esperado que o projeto ganhe mais apoio e em breve seja implantado pelas redes de ensino.

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