Lançamento será realizado durante o Fórum de Pessoas Afrodescendentes, em Genebra, que busca aderência das empresas pela equidade racial
Camila Valverde, COO do Pacto Global no Brasil: “Antes de incluir mais pessoas negras nas lideranças, a gente precisa trabalhar o racismo estrutural”
Por Letícia Ozório – Repórter de ESG
O Pacto Global da ONU – Rede Brasil e o Centro de Estudos nas Relações de Trabalho (CEERT) se unem para mapear as ações de diversidade e inclusão nas empresas. O objetivo é acompanhar as estratégias para garantir a equidade entre a liderança e os demais funcionários, assim como diminuir as desigualdades nos salários e nas condições de trabalho.
A pesquisa levará em conta as ações das companhias para contratações, promoções e permanência de pessoas pertencentes a grupos de diversidade como raça, gênero, pessoas com deficiência, entre outros. A partir da coleta de dados, o CEERT fará a análise e identificará as lacunas na busca pela equidade nas corporações. As empresas podem participar da pesquisa até 20 de maio, com inscrições neste link. diminuir as desigualdades nos salários e nas condições de trabalho.
Para Camila Valverde, diretora de operações do Pacto Global da ONU – Rede Brasil, acompanhar as ações ajuda no resultado do negócio. “Nas organizações, garantir a diversidade é garantir mais produtividade, inovação e resultados. No contexto macro, ela também contribui para o desenvolvimento do país”, conta.
O anúncio será feito durante o 3º Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes, que acontece entre 16 e 19 de abril em Genebra, na Suíça. O evento busca mobiliar o setor privado para agir na garantia de direitos e equidade para a população negra. O tema deste ano é “Racismo Sistêmico, a Justiça Reparadora e o Desenvolvimento Sustentável”.
Para Camila, o evento parte da inclusão de pessoas negras na economia. “A gente está falando de empoderamento econômico e de empregabilidade de uma população que, hoje, é a maior parcela entre os mais pobres do Brasil. Se a gente quer desenvolvimento socioeconômico, com certeza o foco são profissionais negros, especialmente as mulheres”.
Com a pesquisa, o Pacto Global da ONU – Rede Brasil busca captar um retrato da diversidade e desafios que ainda vivem os grupos minoritários dentro das organizações, além de fortalecer a agenda do combate ao racismo no setor privado. “Esse retrato vai nos permitir traçar a jornada das empresas e garantir que o cenário avance a ascensão e liderança de pessoas negras”, conta.
Valverde explica que reduzir desigualdades está entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. “Antes de incluir mais pessoas negras nas lideranças, a gente precisa trabalhar o racismo estrutural que permeia as organizações”.
A busca pela equidade racial no trabalho, e, em especial, nos cargos de gestão, já é trabalhada pelo Pacto Global desde novembro de 2022, quando foi lançado o Movimento Raça é Prioridade. A partir dele, as empresas podem assinar o compromisso público de atingir 50% de diversidade étnico-racial nos seus cargos de liderança até 2030.
De acordo com dados do CEERT, pessoas negras ainda são menos de 5% dos líderes nas 500 maiores empresas do país hoje. Os salários — pequenos na comparação com profissionais brancos de mesma formação — e as dificuldades para se realocar no mercado de trabalho também são características do racismo no ambiente corporativo.
Além dos debates com empresas e instituições, o Fórum contará com a exposição “Atlântico Vermelho”, realizada pelos institutos Luiz Gama e Guimarães Rosa e pela ONG Paramar, que destaca 60 obras de 22 artistas afro-brasileiros. O objetivo é debater temáticas de direitos humanos e diversidade racial a partir da arte e cultura.
Fonte: https://exame.com/esg/
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