Em pesquisa nos EUA, mulheres com estilo naturais de cabelos afro receberam pontuações mais baixas em profissionalismo e competência em relação às que alisam os fios
Foto: Creative commons
Uma nova pesquisa da Universidade Duke, nos Estados Unidos, mostra que mulheres pretas com cabelo natural são vistas como menos profissionais no ambiente de trabalho em relação àquelas que alisam os fios. Os resultados serão publicados em breve na revista científica Social Psychological and Personality Science.
“Quando uma mulher negra escolhe alisar o cabelo, deve ser uma preferência pessoal, não um fardo para obedecer a um conjunto de critérios para os quais pode haver consequências adversas”, disse, em nota, Ashleigh Shelby Rosette, professora e reitora associada da Universidade Duke e a responsável por conduzir a pesquisa.
Para o estudo, a equipe recrutou pessoas de diferentes raças e pediram que assumissem o papel de recrutadores de candidatos a vagas de emprego. Os participantes receberam perfis de negros e brancos e foram solicitados a avaliá-los em profissionalismo e competência. Mulheres negras com estilos naturais de cabelo afro (o que incluía tranças ou simplesmente cachos soltos) receberam pontuações mais baixas em profissionalismo e competência. Essas candidatas tampouco foram recomendadas com frequência para entrevistas em comparação a negras com cabelo liso e mulheres brancas com cabelo crespo ou liso.
Os pesquisadores também viram que esse preconceito acontecia principalmente quando o emprego era para ambientes considerados mais conservadores, como consultoria ou indústrias. No caso de trabalhos em uma agência de publicidade, por exemplo, a textura do cabelo não afetou a percepção de profissionalismo. Segundo os autores, isso provavelmente se deve ao fato de esse ser um mercado visto como mais criativo, com normas de vestimenta e atitude menos rígidas.
Segundo Rosette, algumas medidas já são tomadas em processos seletivos para reduzir esse tipo de discriminação, como omitir o nome ou a raça dos candidatos. “Mas é fundamental que haja um nível de consciência de que o preconceito contra o cabelo natural existe. Se você não sabe que ele existe, não consegue avaliar a influência dele em suas decisões”, observa a pesquisadora.
Ela espera que a pesquisa sirva de base para novas políticas e práticas dentro das empresas, a fim de conduzir processos mais igualitários e que se baseiam, de fato, na capacidade e no talento das pessoas.
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