Levantamento feito pela Casa Fluminense mostra que, em Niterói, a população vive, em média, 70 anos. Já uma pessoa negra em Queimados vive até 48 anos. Diferença salarial média no emprego formal ultrapassa os 40% na capital.
Dentro da Região Metropolitana do Rio, a expectativa de vida pode ter uma diferença de 22 anos, dependendo da cidade e da cor da pele. É o que aponta o Mapa da Desigualdade da Região Metropolitana, elaborado pela Casa Fluminense.
No dia 13 de julho, o RJ2 mostrou que o Rio está entre as 10 metrópoles mais desiguais do mundo — outra constatação do estudo.
Segundo o levantamento, desconsiderando a cor da pele, um morador de Niterói vive, em média, 70 anos. Em Queimados, a expectativa de vida cai para 58 anos.
Ao analisar a expectativa de vida de pessoas que se declaram pretas ou pardas, a diferença chega a 22 anos.
Isso porque, segundo o Mapa da Desigualdade, um morador negro de Queimados vive, em média, dez anos a menos do que a população geral daquele mesmo município.
“Se a gente tem uma cidade desigual é porque a gente tem uma sociedade desigual. A cidade é reflexo de uma sociedade. Se a gente tem uma sociedade que na sua história se preocupou pouco com a inclusão, ela produziu uma cidade onde o pobre subiu as favelas ou foi para a periferia mais profunda. Estamos o tempo todo excluindo pobres e negros. Isso acaba fazendo com que muitas pessoas vivam o exílio da periferia“, explica Vitor Mihessen, pesquisador da Casa Fluminense.
Um dos fatores que influenciam na longevidade das pessoas é a violência. Segundo o levantamento da Casa Fluminense, a criminalidade atinge negros e brancos de formas distintas.
Em 2019, 32% das mortes violentas ocorridas na Região Metropolitana do Rio foram causadas por agentes do estado. Dentre estas vítimas, 79% eram negros.
Dados do Instituto de Segurança Pública do RJ (ISP) mostram que, de janeiro a maio de 2020, as cinco delegacias de Niterói registraram 21 crimes violentos. Já as duas delegacias de Petrópolis somaram cinco crimes violentos, nesse intervalo.
No mesmo período, foram 79, segundo a única delegacia de Belford Roxo; 89, nas três de Nova Iguaçu, e 100, nas quatro de Duque de Caxias.
“A desigualdade tem diversas consequências, e elas impactam em todos os direitos que você tenta acessar como pessoa periférica”, comentou o pesquisador Vitor Mihessen.
Outro ponto determinante para definir a expectativa de vida da população são as condições de trabalho e o número de ofertas de emprego.
A cidade de Magé é onde se vive com a menor média salarial da Região Metropolitana, como mostra o estudo. No mesmo município, o negro recebe 8% a menos.
Os salários dos trabalhadores brancos chegam a ser 40% maiores que o dos negros, como foi observado na capital do estado.
Enquanto um trabalhador formal em Niterói recebe cerca de R$ 3.300, em Queimados a média é de R$ 2.400, e em Magé, R$ 1.700.
A expectativa de vida em Magé, para toda a população, é de 63 anos. Já os negros da cidade vivem até 54 anos, em média.
O estudo mostra que a proporção de leitos hospitalares (clínicos, cirúrgicos, pediátricos e obstétricos) públicos disponíveis para cada mil habitantes varia bastante nos municípios da Região Metropolitana.
Japeri, por exemplo, não tem nenhum leito hospitalar público disponível para a população. Os moradores da cidade vivem até 60 anos, em média. Os negros, até 50 anos.
Cachoeiras de Macacu, a melhor cidade do ponto de vista de leitos disponíveis, tem 8,4 vezes mais leitos do que a lanterna do ranking, São João de Meriti.
Por Chico Regueira e Raoni Alves, TV Globo e G1 Rio – 14/07/2020
Fonte: https://g1.globo.com
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