Atualmente, muito se discute sobre uma idade mínima para aposentadoria no país. Os debates mais recentes reforçam os números praticados pelo sistema previdenciário brasileiro: 65 anos para os homens e 60 para as mulheres — sem considerar o fator previdenciário.

Acontece que chegar aos 65 anos de idade já não é mais a mesma coisa que há 30 anos atrás. Se em outros tempos um sexagenário estava às caras com o fim de sua vida, atualmente ele se vê com saúde e disposição de sobra para tocar planos pessoais, conduzir projetos paralelos ou até mesmo seguir no mercado de trabalho.

O IBGE estima que haverá aproximadamente 20 milhões de idosos no mercado de trabalho em 2020. A projeção corrobora as palavras da diretora geral do Instituto Profissional de Coaching, Madalena Feliciano. Segundo ela, as empresas têm se interessado mais por profissionais da melhor idade, que possuem mais experiência e maturidade profissional do que muitos trabalhadores mais jovens.

As condições de saúde também contribuem. Com maior qualidade e expectativa de vida, os idosos chegam aos 65 anos com plena disposição para disputar vagas que antes eram oferecidas apenas a trabalhadores mais jovens. O temor de se contratar alguém mais velho já não corresponde aos dias atuais — os idosos de hoje em dia estão mais abertos a novas experiências e tecnologias. “No Brasil, a gente ouve falar que alguém está velho, mas velho para quê? Os idosos se mostram cada vez mais capazes e isso é visível no dia a dia de nossas entrevistas”, aponta Madalena.

Mas não é apenas o mercado de trabalho formal o único destino dos idosos. De acordo com o Instituto Somatório Consultoria de Inteligência de Mercado, aproximadamente 70% dos aposentados ativos com mais de 60 anos voltam ao mercado de trabalho como profissionais autônomos. “Ainda que haja uma predisposição dos empregadores em contratar essas pessoas, a maioria delas acaba vendo no trabalho autônomo a melhor oportunidade”, explica Marcelo Guerra, diretor do instituto.

Seja por necessidade ou por complementação de renda, o fato é que idosos e aposentados continuam firmes e fortes em plena atividade. E que segundo a diretora geral do Instituto Profissional de Coaching, Madalena Feliciano, a ideia de uma aposentadoria solitária, inativa e melancólica se tornou um mito que acabou engolido pelo entusiasmo dos sessentões que ainda têm a vida inteira pela frente.

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