Reflexos do COVID-19 no mês de março de 2020

01/04/2020

Vivenciamos, neste mês de março, uma das piores crises da história. Desta vez, não foi uma crise financeira, como a de 2008, mas causada por um vírus, o Coronavírus. Inicialmente, esperava-se o impacto do vírus mais concentrado na Ásia, contudo, se espalhou rapidamente para o resto do mundo.A crise da COVID-19 não guarda nenhuma semelhança com crises anteriores, pois transformará uma crise de saúde pública em uma grave crise econômica.

Como reflexo da rápida propagação da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia global, levando os governantes a decretarem o isolamento social na tentativa de contenção do vírus. Por conta do isolamento, é certo que haverá queda na demanda e oferta de produtos e serviços, consequentemente, queda na atividade econômica no mundo e no Brasil. Para se ter uma noção do tamanho do problema, as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020no final de fevereiro (segundo consultoria[1]) era de crescimento de 2,3% e, menos de um mês depois, dada a complexidade da crise e seus impactos na economia, passou a ser de queda de 1%.

Somente no mês de março, a bolsa brasileira, importante segmento no qual investimos,dados a expectativa de maior retorno e o cenário de juros baixos, apresentou uma queda,em seu pior momento, de 39% e encerrou o mês com queda de 29,9%. O comportamento da bolsa em março prova que foi um dos piores meses dos últimos anos. No decorrer do mês, a bolsa interrompeu seis vezes suas negociações, algo raramente visto em sua história.Em março, o dólar superou os 16% de alta, chegando a R$5,20 e o risco país medido pelo CDS[2] (CreditDefault Swap) triplicou, passando de 127b.p.para 382b.p. no pior momento.

Preocupada com tudo que vem ocorrendo na economia,nos mercados e seus efeitos sobre os investimentos, a Eletros vem acompanhando de perto esses movimentos e estuda alternativas que visam alinhar os objetivos de rentabilidade de longo prazo dos planos às oportunidades que surgiram com a forte volatilidade nos mercados. Assim como ocorreu em outras crises, mesmo que de causas distintas, mas de impacto significativo nos mercados, temos expectativa de que este cenário se reverta com o tempo.

Em momentos difíceis como esses, muito voláteis, é que percebemos a importância de se estar posicionado em um perfil de investimento adequado à sua tolerância ao risco.Para tanto, um bom planejamento financeiro é valioso. Por que estamos falando isso? Em meio a todo esse cenário de incertezas, estamos próximos do período de mudança de perfil de investimentos; é de extrema importância que se tomem decisões pensando não no curtíssimo prazo, mas sim, visando toda sua vida. Optar por um perfil de investimento é uma escolha pessoal; portanto, avalie sua condição financeira, sua tolerância ao risco, seu horizonte de investimento e tente planejar seu fluxo de caixa, principalmente se já estiver em benefício. Estar bem preparado e informado em momentos de maior volatilidade, apesar de desafiador, pode ser oportuno na evolução de seu patrimônio.


por Max Tavares, Diretor Financeiro da Eletros.


[1] Consultoria contratada pela Eletros – MCM Consultores
[2] CDS – medida de risco utilizada como parâmetro mundial – está relacionado com a probabilidade de não pagamento de dívida.