O conforto de uma compra sem sair de casa, preços promocionais e possíveis fretes grátis fizeram da internet um local de grande crescimento do e-commerce e, consequentemente, de mais uso do cartão de crédito. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) calculou um aumento de 18% no comércio eletrônico brasileiro este ano, o que geraria um faturamento de cerca de R$56,8 bilhões. Outra pesquisa que chama a atenção é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que mostra que atualmente 76% da renda familiar é comprometida com o cartão de crédito. Os juros por trás desse recurso de pagamento são crescentes e alertam o consumidor para o planejamento de suas economias.

As taxas divulgadas em outubro pelo Banco Central apontam um recorde histórico no cheque especial e no rotativo do cartão de crédito, com o primeiro chegando a 12,81% ao mês (324,90% ao ano) e o segundo a 15,78% ao mês (480,28% ao ano). O crédito rotativo é usado quando o total da fatura não é saldada, ou seja, o valor do pagamento fica entre o mínimo e uma parte do total. O restante, então, é lançado para o mês seguinte acrescido de juros.

A popularização do cartão de crédito, as alternativas de parcelamento e a opção do crédito rotativo formam um perigoso meio de comprometimento da renda mensal do brasileiro. As dívidas no rotativo do cartão atingiram 36,4% em abril, segundo o Banco Central . Isso significa que uma média quatro em cada dez pessoas utiliza a função de pagamento mínimo da fatura.

Enquanto isso, os setores das lojas virtuais estão na contramão da crise econômica. No decorrente ano a estimativa é que os números de e-consumidores estejam por volta dos 66 milhões de brasileiros.

O interesse pela compra na internet envolve a conveniência das plataformas digitais, o acesso irrestrito à informação, a possibilidade de comparação de preço rapidamente, a vantagem de obter a opinião de outros usuários antes de efetuar a compra, a rapidez do processo de compra, o serviço de delivery, entre outras.

Em função dessas inúmeras vantagens, e especialmente pela mudança do comportamento do consumidor das gerações X e Y, que agora não dispõem de tempo para visitar lojas físicas e fazerem consultas de preços, o comércio têm tido um aumento significativo de vendas virtuais. Isso prova que a confiança do brasileiro no e-commerce tem aumentado e que as promoções (preços mais baratos no e-commerce) e a qualidade do serviço digital foram grandes impulsionadores para essa grande mudança.

Para o mês de novembro espera-se ainda um novo salto na procura por produtos em sites. A Black Friday, que chegou ao Brasil em 2011, teve início com um evento online que se expandiu para o varejo físico e ganhou holofotes por promover um dia de grandes descontos. Este evento, assim como no resto do ano, exige atenção do consumidor para finalizar uma compra que seja vantajosa e encaixe no orçamento do cartão de crédito para que, tentando aproveitar os descontos atrativos, não haja um acúmulo de dívidas. O final do ano, mesmo com o 13º salário, costuma atrair mais gastos pelas férias e a chegada do Natal. A educação financeira é essencial para criar uma rotina de compras que podem ser pagas integralmente, sendo o cartão de crédito um facilitador para o equilíbrio das finanças do consumidor, e não um meio de aumentar ainda mais suas despesas.

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