Quando o assunto é a vida financeira, nossas decisões são absolutamente racionais, certo? De acordo com as teorias econômicas clássicas, a lógica atravessa todo o processo de tomada de decisão do consumidor. Para os economistas e psicólogos favoráveis à economia comportamental, no entanto, esse pensamento está ultrapassado – questões culturais e, principalmente, emocionais influenciam nossas escolhas financeiras muito mais do que imaginamos.

O custo financeiro da tristeza

Você sabia que um dos sentimentos que mais afetam a vida financeira é a tristeza? Segundo um estudo realizado pelos departamentos de Psicologia das Universidades de Harvard e Columbia, nos -Estados Unidos, a tristeza provoca alterações em nosso comportamento, direcionando-o para a busca pela gratificação imediata ao invés da recompensa futura.

Assim, de acordo com o professor da Universidade Riverside, Ye Li, “as pessoas tristes são mais impacientes e frequentemente irracionais”. Essas características, por sua vez, favorecem o surgimento de problemas financeiros, como dívidas no cartão de crédito e má administração do orçamento pessoal, por exemplo.

Transtornos emocionais e as compras compulsivas

A persistência de sentimentos negativos podem levar ao hábito de comprar exageradamente. O indivíduo que sofre os efeitos do estresse, da tristeza ou da ansiedade, por exemplo, utiliza o ato de comprar como um mecanismo de compensação, um meio para lidar e tentar amenizar suas questões emocionais.

Como concluído por uma pesquisa do University Hospital of Erlangen, na Alemanha, diversos transtornos emocionais estão relacionados à compulsão na hora de comprar. De acordo com esse estudo, 90% desses pacientes também sofriam de outros transtornos psiquiátricos, sendo a depressão e a ansiedade os distúrbios mais comuns.

Inteligência emocional para a saúde financeira

Como essas pesquisas demonstraram, o estado emocional é um dos fatores envolvidos no processo de tomada de decisões no momento da compra. Então, como lidar com os sentimentos para evitar que eles afetem negativamente a nossa vida financeira? O primeiro passo é buscar desenvolver a inteligência emocional, expressão que se refere à habilidade de reconhecer e controlar os próprios sentimentos, além de saber quando e como expressá-los de forma adequada.

Ser capaz de administrar os impulsos emocionais ajuda a tomar decisões mais sensatas e lógicas em diferentes áreas da vida, principalmente na financeira. Assim, com uma sólida inteligência emocional, as escolhas tornam-se mais conscientes e racionais, abrindo espaço para a inauguração de um comportamento de consumo mais prudente no dia a dia.

 

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