A Eletros atinge a meta atuarial do seu Plano BD e obtém rentabilidade positiva em todos os seus outros planos de benefícios em 2020
12/01/2021
Iniciamos o ano de 2020 com o desafio de superar a taxa de referência dos planos em um cenário de juros baixos no Brasil, e no Mundo, e em um mercado acionário que já vinha há alguns anos com altas sucessivas. Naquele momento não tínhamos ainda a noção de que o cenário logo a frente se tornaria muito mais desafiador do que se previa.
A chegada da pandemia mudou completamente as perspectivas econômicas para o ano. As previsões para o crescimento de 2,2% do PIB brasileiro e de 2,9% para o mundo em 2020 passaram a ser de -9% e -4%, respectivamente.
Neste novo cenário, a bolsa com 115.645 (índice Ibovespa) no fechamento de 2019, caiu para 63.659 em meados de março de 2020, uma queda de 45%. A previsão de juros de curto prazo para o ano no Brasil que, antes da pandemia, era de 4,4% ao ano (juros reais em torno de 1% ao ano), passou para 2% ao ano, representando um juro real negativo próximo de 1%.
Este novo cenário foi extremamente desafiador para a gestão dos investimentos da Eletros. Por termos uma gestão ativa, prática adotada há anos pela Fundação, foi possível realizarmos investimentos e desinvestimentos em determinados ativos de acordo com o momento do mercado. Fizemos este movimento algumas vezes ao longo dos últimos anos e esta estratégia, como podemos observar pelos resultados obtidos, tem se mostrado vencedora.
Em 2020 não foi diferente, o efeito negativo nas economias, imputado pela pandemia, provocou, no pior momento dos mercados no mês de março, distorções de preços nos ativos de todos os segmentos. Nessas horas, quando geralmente as decisões de investimento são tomadas de forma precipitada, muitos desses investimentos são zerados, causando prejuízos na maioria das vezes. Entretanto, naquele momento, após a utilização de algumas modelagens e análises da equipe de investimentos, chegamos à conclusão que se tratava de uma oportunidade.
Diante das distorções nos preços dos ativos no mês de março, aumentamos a parcela de renda variável para os planos que possuíam limites disponíveis e, na renda fixa, direcionamos recursos para títulos longos indexados à inflação (NTN-B), comprando esses títulos com taxas bem acima daquelas praticadas no fechamento do ano anterior. Aqui cabe destacar que a compra de NTN-B foi importante para os perfis super conservadores, que não possuem ações, pois proporcionou a estes perfis uma rentabilidade bem acima das alternativas de mercado (rentabilidade preliminar de 250% do CDI em 2020).
Com o novo cenário de juros baixos, a busca por rentabilidade em 2020 implicou em correr mais riscos. Neste sentido, como forma de diluir o risco dos planos, iniciamos neste ano uma diversificação na carteira de investimentos alocando recursos nos segmentos exterior e multimercados estruturados. Acreditamos que a alocação nestes dois segmentos deverá fazer parte da carteira dos planos de forma mais presente diante dos desafios na busca por retorno.
Considerando as estratégias adotadas ao longo de 2020, entregaremos aos participantes rentabilidades que consideramos muito positivas, principalmente, pela dificuldade causada pelos efeitos negativos da pandemia em todos os mercados.
Especificamente no caso do plano BD Eletrobrás, sua rentabilidade apurada preliminarmente é de 12%, superando sua meta atuarial para o ano que deverá ser de 10,4%. Cabe ressaltar que consideramos essa rentabilidade excelente para o participante uma vez que a rentabilidade do Plano BD chegou a estar negativa em 11% em março de 2020.
Na mesma linha, em nossas estimativas preliminares, as rentabilidades de todos os perfis de investimentos dos planos CD e CVs serão de aproximadamente 7% (variando de acordo com perfil de investimento).
Para o ano de 2021, estimamos que deveremos ter outro desafio para rentabilizar os planos. Se por um lado, o cenário externo deverá ser favorável para o Brasil, considerando que a liquidez global de recursos continuará elevada, por outro, as muitas incertezas políticas, o desequilíbrio das contas públicas e a ausência de convicção sobre a necessidade das reformas estruturantes nos fazem permanecer cautelosos.
Por fim, gostaríamos de desejar um excelente 2021 para todos e que as nossas preocupações sejam esvaídas ao longo do ano dando lugar a um otimismo duradouro.
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por Max Tavares, Diretor Financeiro da Eletros.